Transformação digital tem se mostrado a resposta mais eficaz aos grandes desafios atuais do agronegócio no Brasil.

A tecnologia é um caminho sem volta e ela avança em todos os setores da economia. E no agronegócio não tem sido diferente. Prova disso é que 67% das propriedades agrícolas no Brasil já adotaram algum tipo de inovação tecnológica, dentro ou fora do campo. Os dados da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) reforçam que nesse cenário de recuperação econômica, a transformação digital é a resposta aos grandes desafios atuais do agronegócio.

Isto porque a tecnologia facilita a execução de tarefas na rotina diária do campo, promovendo a praticidade e possibilitando aos produtores rurais melhor planejamento, mensuração e utilização correta de uma infinidade de informações e dados, para otimizar a produção. Em suma, a rotina de quem vive no campo tem sido cada vez menos surpreendida por incertezas e os sobressaltos têm sido cada vez menores graças à era da inovação.

Hoje já existem no mercado soluções avançadas com algoritmos desenvolvidos especificamente para atender as demandas desse setor. São drones com sensores multiespectrais,  que captam imagens georeferenciais em tempo real, identificando problemas e fornecendo informações precisas de falhas no plantio, trechos com excesso ou falta d’água, pragas, entre outros dados que agilizam e tornam mais inteligente o processo de tomada de decisão; maquinários, como tratores com GPS, que facilitam o planejamento de plantio, mapeamento em campo, amostragem de solo, direcionamento do trator, inspeção da colheita, tempos variáveis de aplicação e o mapeamento da produção.

O GPS permite aos agricultores trabalharem inclusive durante condições de baixa visibilidade do campo, como chuva, poeira, névoa e escuridão; e até equipamentos conectados entre si pela Internet das Coisas (IoT), que ajudam, por exemplo, a monitorar as safras individuais. E, seguindo nessa linha de inovação, a utilização de dispositivos móveis integrados a uma plataforma tecnológica tem mostrado como é possível gerir de longe várias propriedades, controlando em tempo real os números do negócio. Com esse controle, o produtor rural reduz seus custos de processos, gera maior produtividade e tem mais tempo livre, o que contribui para a lucratividade e a redução de desperdícios de produção.

Como se vê, são inúmeras as vantagens da tecnologia quando aplicada no campo. Diante desse cenário, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) prevê que o uso dessas ferramentas seja intensificado nas próximas duas décadas no país. Imagens de satélite em alta resolução, sensores e automação devem fazer parte do cotidiano dos produtores rurais daqui para frente, além do fato de tratores autônomos, por exemplo, poderem estar no mercado até 2023.

A Embrapa ainda aponta que no Brasil, os produtores serão beneficiados com o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas e, a consequente ampliação do Programa Nacional de Banda Larga.

Tudo isso para que o Brasil alcance o posto para o qual já está caminhando há alguns anos: o de maior produtor de alimentos do mundo, com recordes seguidos na produção de grãos e pecuária.

ABCBio reforça que esses defensivos oferecem menos risco às pessoas e ao meio ambiente, porém devem ser aliados a agroquímicos

O Brasil registrou 52 defensivos biológicos em 2018, mesma quantidade liberada na União Europeia em igual período, mas esses produtos ainda não são muito populares por aqui. Segundo o Ministério da Agricultura, 43% dos produtores ainda não conhecem os biodefensivos e 39% utilizam em alguma área da lavoura.A diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Amália Borsari, ressalta a falta de informação a respeito dos biológicos, que são confundidos muitas vezes com agroquímicos. Os produtos, além de proporcionarem boa produtividade, geram menos risco às pessoas e ao meio ambiente, por usarem inimigos naturais das pragas, como fungos e bactérias. Atualmente, seu uso é mais comum em lavouras de soja e cana-de-açúcar.

Dados mostram que o mercado de biológicos no Brasil cresceu 70% no último ano, movimentando R$ 464,5 milhões. Em 2019, já foram registrados 14. Eles surgem para substituir moléculas antigas, mas não totalmente. Amália reforça a importância de ‘usar o biológico sempre que possível e o agroquímico sempre que necessário’, para obter bons resultados nas culturas.

Fonte: Ministério da Agricultura

Polêmica infundada

O registro de agroquímicos se intensificou em 2019, o que abriu margem para críticas de ambientalistas. Mas, de acordo com o Ministério da Agricultura, a comercialização de defensivos vai na contramão, caindo.

A pasta reforça que se os produtores rurais pudessem, eles não usariam agrotóxicos, pois os produtos são caros e representam até 30% dos custos de produção. Mas, infelizmente, sem o uso de pesticidas, cerca de 40% dos alimentos produzidos hoje seriam perdidos para pragas e doenças, o que se refletiria nos preços e afetaria o acesso de pessoas a alimentos de qualidade. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU).

O ministério também esclarece que não há liberação dos agroquímicos por parte do governo. Ele apenas concede registro para produtos industriais e formulados, cabendo às empresas a decisão de comercializar ou não.

Dos 262 produtos registrados em 2019, por exemplo, 136 são produtos técnicos, destinados exclusivamente para o uso industrial. Outros 126 são produtos formulados, que já estão prontos para serem adquiridos pelo setor produtivo, mas apenas mediante recomendação de um engenheiro agrônomo.

 

Fonte- Canal Rural